sexta-feira, 3 de agosto de 2012

O Casal Makk

O meu pai sempre me contou que, quando criança, nos anos de 1956/57, ao sair da escola, tinha o costume de visitar a Igreja de São Francisco para ver o casal Makk pintar os afrescos que adornam o teto e a parede de fundo do altar-mor.

Essas lembranças de meu pai me aguçaram a curiosidade e eu iniciei uma procura (não vou chamar de pesquisa) por informações sobre o casal Makk e fiquei surpreso ao descobrir que Americo Makk e Eva Makk ainda estão vivos e moram nos EUA, onde possuem um estúdio.

Américo Makk nasceu em 1927. É de origem húngara e fez seus estudos na Escola Superior de Belas Artes de Budapeste. Depois disto ganhou uma bolsa de estudos na Itália para onde se dirigiu aperfeiçoando-se no Vaticano em Arte Sacra.

Eva Makk, filha de húngaros (pai diplomata e mãe baronesa) nasceu na Etiópia. Estudou artes em Paris. Atraída pela beleza histórica da Itália, transferiu-se para Roma e posteriormente graduou-se “summa cum laude” na Academia de Belas Artes, onde conheceu o jovem Américo.

Em 1949, com apenas 22 anos de idade, o casal desembarcou no Brasil. Dois anos depois, em São Paulo, nasceu o filho Américo Bartolomeu (chamado carinhosamente de AB) que, artista como os pais, integra a “primeira família na arte”.

Em 1954, Eva e Américo foram contratados como professores da Academia Paulista de Belas Artes, quando foram nomeados artistas oficiais do governo brasileiro.

Nesta época, o casal Makk foi contratado pela Diocese de São Paulo para pintar murais nas igrejas católicas de Jahu, Taquaratinga e São Carlos.

Também há registros de obras do casal Makk em Ponta Grossa/Pr, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário.

Em 1956, a Diocese de Sobral/CE resolveu restaurar a Igreja de São Francisco de Assis e, para melhor apresentação do templo sagrado, segundo informação do Victor Samuel da Ponte, o seu avô Samuel Gomes Pontes teria contratado o casal Makk para essa tarefa. Lá foram pintados dois afrescos, um no teto e outro na parede de fundo do altar-mor. A obra ficou pronta em 1957.

Também em 1957, esse casal de artistas pintou o quadro do então bispo diocesano de Sobral/CE, Dom José Tupinambá da Frota, obra esta exposta no Museu Dom José, em Sobral/CE.

Em 1958, Américo e Eva estiveram em Manaus a convite do então governador Plínio Coelho, quando iniciaram com uma exposição de seus quadros no Ideal Clube. Após essa apresentação, foram contratados para decorar alguns pontos da capital.

Além da Catedral, o casal Makk pintou nas paredes do hall do Palácio Rio Negro algumas alegorias, tomando por tema a rebelião do Tuxaua Ajuricaba contra os colonizadores, em especial, os portugueses. No governo de Danilo Areosa (1967-1971) o trabalho artístico desapareceu sob tintas comuns aplicadas por pintores de paredes. Apesar do esforço do próprio governador em contratar técnicos capazes de restaurar a obra, nada pôde ser feito. A dificuldade deve ser substancial, pois nenhuma outra revisão do Palácio Rio Negro foi capaz de “descobrir” o painel.

Conta uma lenda, no entanto, que o desastre ocorreu por “determinação” do governador Areosa que, filho de portugueses, sentia ofensa com o tema exposto. E mais, que os técnicos consultados desdenharam da qualidade dos painéis, por isso, mais tintas selaram a sorte da obra.

Em 1962, o casal Makk mudou-se para Nova York, onde conquistou prestígio e fama.

Em 1967 o casal mudou-se para o Havaí, onde reside até hoje, conforme registra o site do casal www.makkstudios.com. O casal Makk ainda chegou a pintar por encomenda o retrato dos então presidentes do EUA Jimmy Carter(1979) e Ronald Reagan(1984).

sábado, 14 de julho de 2012

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Entrevista com Sebastião Albuquerque

Entrevista com Sebastião Albuquerque realizada no Jornal Sobral News em Debate, no programa realizado no dia 14.06.2012.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Conhecendo o Castelão com o Manés

Uma semana ou duas após a inauguração do Castelão, o Guarany foi fazer um jogo lá. Manés me convidou para entrarmos no gramado para verificarmos se o gramado era realmente o melhor do Brasil como era comentado pelos especialistas da época. Quando chegamos no meio do grande círculo, Manés virou-se pra mim e falou: “Tião amigoooo, já pensaste se eu não estivesse usando peruca, o Castelão inteiro estaria gritando: “Sai daí careca filha da puta!”

E ele estava coberto de razão!!
Acabo de receber das mãos do Celito um presente do Firmino Dias Lopes que me deixou lisonjeado, principalmente pela dedicatória a mim ofertada: É o seu livro “DO SÃO CRISTÓVÃO AO GUARANY”. Fui privilegiado, pois o mesmo só será lançado em Sobral no dia 05 de julho/2012, nas comemorações do aniversário de Sobral.

sexta-feira, 30 de março de 2012

PRESENÇA DE ESPÍRITO

Certa vez, estávamos transmitindo uma partida de futebol - Luiz Antônio narrando, Eu comentando e Edmilson Sousa era o crítico de arbitragem. Na época, todos nós pesávamos mais de 100kg. Quando passa um garoto, olha para a cabine e grita para a gente: “esse banco aí vai quebrar!”. Luiz Antônio, no embalo da transmissão, respondeu: “se este banco quebrar, pela primeira vez um banco quebra por “excesso de fundos”.

JOSÉ FONTENELE e JOSÉ AGUIAR FROTA

JOSÉ FONTENELE e JOSÉ AGUIAR FROTA (vide foto), dois pioneiros da radiofonia esportiva de Sobral, encontravam-se transmitindo uma partida entre Esporte de Recife e a Seleção de Sobral, quando JOSÉ FONTENELE assim narrou: “bola com Traçaia, solta para Djalma, este estica até Osvaldo, que mata pelota na coxa e desce para o peito”; em cima da bucha JOSÉ AGUIAR FROTA interrompeu: “Opa, opa, JOSÉ FOTENELE, só se esse atleta estiver jogando de cabeça para baixo”.

P.S. Não cheguei a me relacionar com José Fontenele, porém, com o Sr. José Frota, tive boa convivência. Ele, por seu caráter escorreito, sua honestidade e sua coerência ao explanar um ponto de vista, foi um dos homens mais respeitados de Sobral.

BRAVATAS DO MACÁRIO - Número 1

Certa vez, eu e Macário Batista fomos “cobrir” um jogo em Juazeiro do Norte pela Rádio Iracema de Sobral. No apagar das luzes, o árbitro marcou um pênalti duvidoso contra o Guarany de Sobral, o que resultou na derrota do time sobralense. Macário ficou indignado e, no decorrer da transmissão, gritou que o árbitro era um ladrão; que o conhecia de outras cadeias e, quan...do terminasse o jogo, ira aplicar-lhe uma pisa de cinturão. Neste momento, os torcedores Juazeirenses viraram-se para a nossa cabine e o Macário gritou: “Não adianta me olhar com cara feia porque eu não tenho medo de nada nem de ninguém”. Ato contínuo, eu baixei o vidro da cabine para tentar acalmar os ânimos e encerrar a confusão. Após o jogo, Macário anunciou meus comentários e saiu da cabine. Instantes após, olho para o gramado e vejo o Macário com um cinturão na mão, na boca do túnel do juiz, sendo segurado por alguns torcedores e atletas do Guarany.Ver mais

sábado, 24 de março de 2012

GUARANY RENASCEU EM 1964

Esta foto é histórica! Ela registra a primeira partida oficial que o Guarany jogou depois da sua refundação, que foi uma iniciativa nossa – os que fazíamos a SOCIEDADE ESPORTIVA DOS ANJOS. Este foi o elenco inscrito para iniciar a disputa do Campeonato Sobralense de 1964 (Torneio Início).... Em pé, da esquerda para a direita: Leão, Bolão, Pimentel, Pinto, Tidim, Zezezé, Zelir, Maximino Frota, Edvar Sardinha e Decy. Agachados: Luis Camocim, Gildo, Marquinho, Tião Albuquerque, Expedito Rangolexo, Luis Sampáio, Zé Miúdo, Procópio, Paulinho e Isquinha P.S.: Os 20 atletas inscritos eram todos oriundos do Futsal.

Esta do Cachica é folclórica!

Esta é Folclórica Cachica, com a sua maneira sincera de ser, reuniu o time para a preleção e assim foi sua fala: “O time vai entrar em campo com a seguinte constituição: TORNEIRO no gol - até porque não tem outro; na lateral direita, SEBASTIÃO – é um jogador já velho, não tem mais o fôlego para apostar corrida com o adversário; zagueiro central, Zé Bulé – jogador cabeça quente, só quer quebrar...... vê se tu não faz pênalti; quarto zagueiro, PADRECO - só tem faceirice, anda na ponta dos pés, parece uma miss; leteral esquerdo, PIRANHA – foi um bom jogador, mas hoje está parecido um Pote, não dá pra encarar o Nagib; meio de campo, PATACHOÇA, CAFURINGA e PAULO PORTO, PATACHOÇA é um jogador muito técnico, mas só entra em campo com a cabeça cheia de fumaça, o CAFURINGA só sabe rodar, roda mais do que criolo de escola de samba, PAULO PORTO sabe tudo de bola, mas casou-se agora, se enterra no preto a semana inteira, quando chega domingo não joga nada;” Nesse momento, o Radier interrompeu a preleção e falou irritado: “Pois Cachica bota a tua mãe pra jogar”. Embora existam histórias hilariantes e algumas até chocosas a respeito do Cachica, este foi um treinador respeitado na Zona Norte do Ceará e venceu campeonatos por onde passou, foi treinador do Guarany, além de ter sido vice-campeão do intermunicipal, treinando a Seleção de Ubajara.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Caso "Curió" contraria o Estado Democrático de Direito

Na década de 70, o Major Sebastião Curió comandava a operação para reprimir a Guerrilha do Araguáia na região entre o sudeste do Pará e o Norte de Tocantins. De acordo com o Ministério Público, em 1974, Curió foi o responsável pelo sequestro de 5 integrantes do movimento “Resistência ao Regime Militar”, organizado pelo PCdoB. Na denuncia, os procuradores dizem que, além dos sequestros, o major permitiu maus tratos e agressões contra as vítimas. O Ministério Público argumenta que, até hoje, os militantes não foram encontrados e, como não há provas das suas mortes, o crime de sequestro ainda estaria em andamento. Desse modo, não poderia ser enquadrado na Lei da Anistia. Ora, isso é um ABSURDO!! Em 2010, o STF decidiu que a Lei perduou todos os crimes políticos praticados, tanto pelos militantes de esquerda, como por agentes do Estado, até 1979, o que inclui o combate à Guerrilha do Araguáia. O Ministro do STF Marco Aurélio Melo criticou a iniciativa do Ministério Público afirmando que “a prescrição implica segurança jurídica. Ela é primordial. Por isso é que nós só temos realmente como crimes imprescritíveis o Terrorismo e o Atentado Armado contra o Estado de Direito.” O papel do Ministério Público é zelar pela legalidade, não é fazer pesiguição arbitrária ou revanchismo.