quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Um cafezinho com Ciro Gomes

Cafezinho da Câmara. Sentam-se para conversar o deputado Humberto Souto (PPS-MG) e Ciro Gomes (PSB-SP). Souto faz a festa. Diz que o colega vai acabar presidente. E Ciro traz para a mesa dois cafezinhos.
– É o futuro presidente da República — diz Souto. Ciro não faz por menos: – Se chegar ao segundo turno, eu venço. Tenho certeza.
– E esse negócio de a Dilma Rousseff fechar a chapa com o PMDB? Te atrapalha? — provoca o deputado mineiro. – De forma alguma. Acho ruim para ela. Eu não quis nada com essa gente. Cortei. Governabilidade eu trato depois, quando vencer. E Humberto Souto resolve dar um conselho: – As pesquisas já lhe apontam ultrapassando a Dilma. Por isso você não pode embarcar nessa história de concorrer ao governo de São Paulo. Tem que se manter na corrida para presidente. – Não posso impedir que falem disso. Mas eu estou fora da disputa em São Paulo. Sou candidato a presidente. Agora, as pesquisas não mostram só esse negócio da Dilma, não. O mais importante os jornais não publicam. Por exemplo: que o governador de São Paulo, José Serra, está em queda livre como candidato a presidente da República. Podem escrever: o Serra está acompanhando as pesquisas. Já, já concluirá que vai perder e sai da disputa presidencial. – Aí ele morre politicamente — digo eu. – Morre nada. Se reelege fácil como governador. Você não tem idéia do poder do governador de São Paulo. O problema é que ele pode protelar a desistência e acabar atrapalhando a candidatura que realmente tem consistência eleitoral pelo PSDB, a do governador Aécio Neves (MG). – Você precisa dizer isso ao Aécio — apita o deputado do PPS. – Eu já disse. O Aécio é meu amigo, mas está sendo muito mole. O Serra vai acabar conseguindo impedir que ele tenha tempo de fazer campanha . – Mas você foi enfático? — insiste Souto – Claro. Disse para ele olhar nos olhos do Serra e avisar: “sai da disputa que eu vou à Convenção de qualquer maneira”. O Serra desiste na hora. Ele sabe que não pode derrotar Aécio na convenção. E, se pudesse, seria uma vitória de Pirro. – Por quê? – indaga Souto – Porque ele vence, mas perde Minas Gerais. – É mesmo. Minas nunca votará no Serra se ele derrotar o Aécio numa Convenção. Mesmo que o governador pedisse, os mineiros não perdoariam – arremata Souto. Pronto. E Ciro pediu licença e saiu.

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