segunda-feira, 12 de junho de 2023

Francisco Rubira de Albuquerque

Francisco Rubira de Albuquerque nasceu em 23 de novembro de 1903, na localidade de Terra Nova, em Massapê, na Zona Norte do Ceará. Era filho de Bartholomeu Alves de Souza e Maria Emília de Aguiar. Seu pai, Bartholomeu, era filho de Eduardo de Sousa Farrapo e Anna Maria de Jesus, enquanto sua mãe, Maria Emília, era filha de Francisco Solon de Aguiar e Emília Júlia de Albuquerque.

 


Rubira iniciou seus estudos em Massapê-CE. No entanto, em 1908, após o falecimento de sua mãe, ele foi morar em Sobral, Ceará, com seu tio-avô materno, Domingos Ferreira de Albuquerque, que era casado com Maria Jeronima Figueira de Sabóia, os quais se dedicaram a fornecer boa educação à Rubira.

 

Aos 16 anos, Rubira começou a trabalhar como comerciante, proprietário de um armazém na Rua Joaquim Ribeiro, em Sobral. Com o tempo, o seu comércio passou a agregar os ramos de secos e molhados, compra e venda de couros e peles de animais, além de uma representação da Empresa Esso, distribuindo querosene e gasolina.

 

Em 1930, Rubira casou-se com Maria José Ferreira da Ponte, filha do pecuarista José Feliciano Ferreira da Ponte e Rita Carmem de Aragão. O casal teve oito filhos: Armando da Ponte Albuquerque, Raimundo Newton da Ponte Albuquerque, José Anchieta Ponte de Albuquerque, Rita da Ponte Albuquerque, Caetano da Ponte Albuquerque, Maria Celina da Ponte Albuquerque, Antônio Ponte de Albuquerque e Sebastião da Ponte Albuquerque.

 

Rubira também foi um militante político em Sobral, sendo um fervoroso defensor da União Democrática Nacional (UDN), tendo como liderança regional o Dr. José Saboya de Albuquerque, uma das personalidades mais preponderante da política do Estado do Ceará nas décadas de 1930 à 1950. Rubira era um líder político influente nas regiões de Serra do Rosário e Várzea Redonda, distritos de Sobral.

 

Além de sua participação no comércio e na política, Rubira era conhecido por sua personalidade forte, simplicidade incomum, educação exemplar e retidão nos negócios que fazia. Embora fosse uma pessoa cortês, não levava desaforo para casa.

 

Rubira era um católico praticante e membro da Irmandade do Santíssimo Sacramento. Sua fé em Deus e os mandamentos da Igreja Católica eram valores que ele transmitia a seus filhos e educava dentro de sua família.

 


Infelizmente, sua esposa Maria José faleceu em 1946, quando todos os seus filhos ainda eram menores de idade. Rubira, então, casou-se em 1949 com Antônia Ximenes de Aragão, conhecida como "Totônha", filha de Roberto Ximenes de Aragão e Thereza Ferreira da Ponte. Embora o casal não tivesse filhos juntos, "Totônha" foi uma madrasta maravilhosa para os filhos de Rubira.

 

Em 1950, Rubira foi nomeado Delegado de Polícia da Comarca de Sobral pelo Governador do Ceará, Raul Barbosa. Exerceu esse cargo por mais de dez anos. Paralelamente ao comércio, ele também foi Depositário Público do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará.

 

No esporte, Rubira foi entusiasta e apaixonado por esportes hípicos. Ele era sócio do Jockey Clube de Sobral e proprietário de vários cavalos vencedores, tais como "Dominó", "Mandarim", "Peter Pan", "Pagode", "Cruzeiro" e muitos outros que deixaram sua marca nas corridas. Sua dedicação ao turfe foi além da propriedade de cavalos, pois ele também atuou como Juiz de Pesos e Jóqueis por mais de trinta anos.

 

Além de sua participação no turfe, Rubira deixou sua marca no cenário esportivo local como fundador dos times de futebol Caixeiral Futebol Clube e Sobral Futebol Clube.

 

Após uma vida de realizações e contribuições para a sociedade de Sobral, Francisco Rubira de Albuquerque faleceu em 18 de agosto de 1993. Seu corpo foi sepultado no Cemitério São José, na mesma cidade que tanto amou e serviu.

 

Em reconhecimento à sua importância e legado, o Município de Sobral prestou-lhe uma homenagem em 2019, dedicando o seu nome a uma rua local.

 

Rubira foi um homem de princípios sólidos, caráter forte e dedicação em diversas áreas de sua vida, desde o comércio até a política, esportes e fé. Sua história permanece viva na memória dos que com ele conviveu, sendo lembrado como um exemplo de simplicidade, retidão e compromisso com sua comunidade.

 

Fonte: CAVALCANTE, Arnaud de Holanda – Sociedade Sobralense 2: Vultos em Destaque. Sobral: Sobral Gráfica e Editora, 2019, Pgs. 199-200.


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