domingo, 29 de março de 2009

GOSTOOOSA! MAS PERIGOOOSA!

Foi excelente a entrevista que o Dr. Cícero Silvério de Paiva Neto, otorrinolaringologista, concedeu ao jornalista Artemísio da Costa, no Jornal Correio da Semana. Reproduzo aqui para os nossos leitores.

GOSTOOOSA! MAS PERIGOOOSA!

Limpar (ou coçar) os ouvidos com cotonete, caneta, chave de veículo, chave de fenda, faca, palito de fósforo, pena, unha e outros objetos pontiagudos tem levado muita gente a pedir socorro ao otorrinolaringologista. Na maioria das vezes, esse hábito se transforma em meio para atingir o prazer proporcionado por aquela “coceirinha gostoosa, mas perigoosa”, podendo levar ao desprazer da perda da audição. Acompanhe entrevista do Dr. Cícero Silvério de Paiva Neto (DC), otorrinolaringologista, que estará domingo no Programa Artemísio da Costa (AC), das 10 às 12h, na Rádio Educadora AM 950 (www.educadora950.com).

AC - Limpar diariamente os ouvidos é prática correta? Por quê?

DC - Não. Ele só deve ser limpo quando houver necessidade.

AC - Que tipos de procedimentos são considerados incorretos e/ou prejudiciais? DC - O uso de objetos como cotonetes, chaves, grampos e afins, para limpar ou coçar a orelha.

AC - O que essa (má) prática pode acarretar?

DC - Infecções ocasionadas pelos fungos e bactérias que lá foram deixados e o risco de causar traumas como perfuração timpânica.

AC - O que é a cera e qual sua importância para o ouvido?

DC - É uma proteção natural que todos desenvolvemos, responsável por evitar infecções e prurido (coceira).

AC - O excesso ou a falta dela pode denunciar que algo está errado? O que fazer?

DC - Não. Há pessoas que a desenvolvem em maior quantidade e outras em menor. Isso não quer dizer que algo está fisiologicamente errado com elas. O que se pode fazer nos casos em que ela se dá em grande quantidade é periodicamente, quando necessário, a pessoa ir ao otorrinolaringologista para que ele faça uma lavagem e retire o excesso.

AC – O que fazer quando entrar inseto no ouvido?

DC - A primeira conduta é usar algum produto capaz de matá-lo ou imobilizá-lo, como álcool, óleo ou mesmo água. Depois disso, ele não é capaz de causar nenhum dano àquela orelha, portanto não há a necessidade de retirá-lo imediatamente, embora a remoção deva ser feita por um profissional habilitado.

AC - E quando a criança coloca algum corpo estranho no ouvido?

DC - Só deverá ser removido por um profissional capacitado, através de lavagem. Quando for necessário usar algum tipo de pinça pra retirá-lo, somente deverá ser feito por um otorrinolaringologista, a fim de evitar traumas na orelha. Obs.: Os únicos corpos estranhos que devem ser removidos nas primeiras 24 horas são baterias, por conta dos produtos químicos que há nelas.

AC - A partir de quando aquela “gostoosa” coceirinha no ouvido passa a merecer cuidados especiais?

DC - A partir do momento em que ela vem se repetindo e acentuando.

AC - Quais as recomendações para uma limpeza correta e sem prejuízos à saúde?

DC - A orelha é um órgão autolimpante, ou seja, ela vai expulsando o excesso do cerume, conforme sua produção. Por isso esta cera vai ficando exposta e visível. Este é o momento que se deve fazer a retirada dela com a ponta da toalha umedecida e nos casos da grande produção deste cerume fazer o procedimento citado acima com um profissional apto a executá-lo.

AC - Há alguma recomendação quanto à periodicidade, horário de limpeza (adultos e crianças)?

DC - Não. Somente nos casos de grande produção do cerume, retirá-lo quando necessário, já que pode impedir o indivíduo de escutar bem.

AC - Além desses, quais os outros cuidados para que se tenha uma boa audição e por mais tempo?

DC – Evitar exposição a sons em intensidade elevada, fones dentro do ouvido e o uso de alguns medicamentos que podem prejudicar a audição.

Dr. Cícero Silvério de Paiva Neto nasceu em 05.11.1968, em Mossoró-RN. Formou-se na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em 1995, com Especialização em Otorrinolaringologia no Rio de Janeiro (RJ) - 2000 a 2003. Em 1996, chegou a Sobral, ingressando na Santa Casa de Misericórdia. Atua também como Professor do Curso de Medicina da UFC - Campus Sobral. É casado com a sobralense Joyce Albuquerque Paiva, filha do casal Maria de Jesus (BNB) e Sebastião Ponte Albuquerque (empresário e radialista). Locais de atendimento: Clínica Dr. Francisco Alves - Av. Dom José, 472 - Fones: 3613.2396 e 9922.9004. Santa Casa de Misericórdia de Sobral; Centro de Especialidades Médicas (CEM); Acaraú - Laca Saúde; Ipu - Hospital Mons. Fco. Ferreira de Moraes - Fones: 3683.1157 e 3683.2202; Santa Quitéria - Clínica Nova Era - Fones: 3628.0025. Contatos: csilverio-orl@ig.com.br

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