domingo, 10 de maio de 2009

Criando filhos

Por Tarcísio Beserra

Neste domingo dedicado às mães, pensemos na grande missão que temos como pais, mães, enfim, como formadores de gente. Somos treinados para tudo no mundo... Para um novo trabalho, para o futebol, para a escola, para a gincana, para o festival, enfim, para tudo somos treinados. Mas, para um dos mais importantes papéis que desempenhamos ao longo da nossa vida, não recebemos treinamento algum: o de ser pais e mães. Somos pais sem que saibamos nem mesmo por onde começar... Marinheiros de primeira viagem mesmo! O que temos de modelo são os nossos pais, embora sempre achemos que temos que dar algo novo ao nosso estilo, diferenciando em algo do que eles fizeram. O discípulo considera-se mestre! Outro parâmetro são os outros ao nosso redor. Como são realidades diferentes, deixam de ser modelo. Aprendemos errando, e errando muito! Isso também em função de que ninguém tem uma fórmula pronta. Uma forma com que uma criança foi criada não serve para uma outra, nem mesmo para irmãos. Por isso, desconfie de livros ou de quem queira ensinar essa fórmula. Psicólogos também têm filhos problemáticos. Temos ainda as influências externas, as amizades, a Internet, a televisão, que, de certa forma, também participam indiretamente da criação de nossos filhos, em geral mais atrapalhando que ajudando. As pessoas são diferentes. E como são! Filhos são diferentes. O que precisamos é tentar acertar mais que errar. Pesquisas feitas mostram que a maioria dos pais, no futuro, considera que fez pouco pelos filhos, que poderia ter dedicado mais do seu tempo a eles, embora muitas vezes tenham dado quase o seu máximo, mas o problema é que amor de pai ou mãe nunca tem limite... Prova disso é que mães de marginais consideram o filho uma pessoa de bem... Alguns pais exageram na dose e são fiscais dos filhos ao extremo; outros liberam demais. Alguns são carrascos; outros são bonzinhos demais... Nunca se sabe a dose certa. Alguns filhos adoram que os pais participem de suas decisões, outros nem tanto... Enfim, não é tarefa nada fácil criar gente. Tenta-se fazer o melhor, acertar mais... O ideal é que tenhamos sensibilidade para sabermos a melhor forma de criar cada um deles, ou então deixá-los como as pedras, que se polem umas às outras, correndo o risco de, no futuro, achar que fomos omissos na criação deles. Não temos escola, não temos mestres, estamos sós... Não importa o que pensam os outros, o vizinho, a professora, não importa. O que importa mesmo é que, um dia, os vejamos felizes, saudáveis, de bem com a vida, realizados pessoal e profissionalmente, com um futuro brilhante e que possamos ouvir deles que somos seu exemplo e que tiveram a melhor criação que poderiam ter. Somente aí saberemos que acertamos... Esse é o prêmio!

Um feliz Dia das Mães a todas as mães e também aos pais que, porventura, façam os dois papéis.

2 comentários:

  1. Tarcísio,
    Fiquei sensibilizado com a sua crônica. Você conseguiu transmitir exatamente o que eu senti ao refletir um pouco sobre ser mãe.
    Ahh... Li seu texo na hora do jantar de família.
    Parabéns!
    Ana Cristina Tianguá/CE

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  2. Parabéns!!!! Ótimo texto!!!! Aproveito para parabenizá-lo pelo blog. Todos os dias me atualizo através dele, as matérias são muito interessantes. Sucesso viu!
    Neily Carla

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