Ainda sobre a recente eliminação da exigência de curso superior em jornalismo para o exercício da função, embora sem desmerecer, em momento algum, nossos amigos graduados nessa área, todos nós sabemos que escrever e falar bem é um dom, e não uma formação. Ninguém aprende a escrever ou a falar em curso de jornalismo e em nenhum outro. Encantar com as letras ou com a fala é pra poucos e, dentre esses, sobressaem-se profissionais das mais diversas áreas. Prender a atenção escrevendo ou falando, fazer com que o expectador fique “preso” à cadeira lendo um bom artigo ou ouvindo uma grande matéria, notícia ou mesmo uma palestra não é nada fácil e nem pode ser, jamais, limitado a nenhum tipo de formação acadêmica. Certamente grandes escritores e redatores atualmente em destaque no Brasil e no mundo não têm nenhuma formação em jornalismo, mas, sim, o dom de escrever bem, de colocar bem as palavras que venham a encantar o leitor ou ouvinte.
Reconhecidamente um dos maiores oradores em destaque no momento e, certamente, com o mesmo domínio na hora de escrever, o presidente americano, Barack Obama, não é jornalista, e sim advogado.
Como se bem sabe, o brasileiro lê pouco e, além disso, nosso jornalismo também não agrada, visto que é feito, quase sempre, com notícias sensacionalistas, de crimes, escândalos de corrupção etc. É preciso bons redatores para oferecer algo diferente disso, para atrair mais leitores. Esperar isso apenas de profissionais com graduação em jornalismo seria limitar desnecessariamente esse leque.
Sem dúvida, foi um avanço retirar essa limitação do meio jornalístico, o que, certamente, fará com que ganhem os leitores e ouvintes, que terão, cada vez mais, uma gama bem maior de profissionais à disposição para bem melhor informar.