terça-feira, 30 de junho de 2009

Jornalismo só para jornalistas?

por Tarcísio Beserra 30.06.2009

Ainda sobre a recente eliminação da exigência de curso superior em jornalismo para o exercício da função, embora sem desmerecer, em momento algum, nossos amigos graduados nessa área, todos nós sabemos que escrever e falar bem é um dom, e não uma formação. Ninguém aprende a escrever ou a falar em curso de jornalismo e em nenhum outro. Encantar com as letras ou com a fala é pra poucos e, dentre esses, sobressaem-se profissionais das mais diversas áreas. Prender a atenção escrevendo ou falando, fazer com que o expectador fique “preso” à cadeira lendo um bom artigo ou ouvindo uma grande matéria, notícia ou mesmo uma palestra não é nada fácil e nem pode ser, jamais, limitado a nenhum tipo de formação acadêmica. Certamente grandes escritores e redatores atualmente em destaque no Brasil e no mundo não têm nenhuma formação em jornalismo, mas, sim, o dom de escrever bem, de colocar bem as palavras que venham a encantar o leitor ou ouvinte.

Reconhecidamente um dos maiores oradores em destaque no momento e, certamente, com o mesmo domínio na hora de escrever, o presidente americano, Barack Obama, não é jornalista, e sim advogado.

Como se bem sabe, o brasileiro lê pouco e, além disso, nosso jornalismo também não agrada, visto que é feito, quase sempre, com notícias sensacionalistas, de crimes, escândalos de corrupção etc. É preciso bons redatores para oferecer algo diferente disso, para atrair mais leitores. Esperar isso apenas de profissionais com graduação em jornalismo seria limitar desnecessariamente esse leque.

Sem dúvida, foi um avanço retirar essa limitação do meio jornalístico, o que, certamente, fará com que ganhem os leitores e ouvintes, que terão, cada vez mais, uma gama bem maior de profissionais à disposição para bem melhor informar.

4 comentários:

  1. Cara amigo Tarcísio Beserra,

    Descordo de sua colocação, na realidade nosso jornalismo e sensacionalistas sim, por culpa dos atuais “profissionais” sem formação acadêmica, para quem encantar com as letras ou com a fala, não podemos nomear de jornalista e sim de estelionatários, realmente não se aprende a escrever e falar bem na faculdade, mais policiar esses atos sim, então sou a favor da obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão, e de uma lei de imprensa que seja cumprida, afinal não adianta promulgar mais um lei se ela na for fiscalizada.

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  2. Cara amigo Tarcísio Beserra,

    Descordo de sua colocação, na realidade nosso jornalismo é sensacionalistas sim, por culpa dos atuais “profissionais” sem formação acadêmica, para quem encantar com as letras ou com a fala, não podemos nomear de jornalista e sim de estelionatários, realmente não se aprende a escrever e falar bem na faculdade, mais policiar esses atos sim, então sou a favor da obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão, e de uma lei de imprensa que seja cumprida, afinal não adianta promulgar mais um lei se ela na for fiscalizada.

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  3. Prezado Colega Tarcísio Bezerra,

    Sou leitor assíduo de seu blog e admiro muito os assuntos discutidos. Em relação ao tema abordado, concordo plenamente com seu ponto de vista, por que a "meta competência", competência esta que todo jornalista deveria ter, não se restringe apenas aos graduados em comunicação social ou jornalismo. O dom da oratória e da escrita não é exclusivo destas pessoas e sim de todos que tem o senso crítico e lutam por uma democracia mais justa. Ao analisarmos a linha do tempo, percebemos que os meios de comunicação, em sua grande maioria, inclusive aqueles que são defendidos pelos sindicatos de tal classe, não expõem ou apresentam a noticia com credibilidade e imparcialidade. A classe também é formada por homens justos e democráticos que acreditam na construção de uma sociedade mais justa e mais pura. A comunicação brasileira é formada por grandes nomes, que não tem a graduação em pauta discutida, muitos apresentadores, repórteres, radialistas, seja no âmbito da imprensa, são advogados, médicos, pedagogos, historiadores e as vezes nem graduação possuem. A oratória é o senso de inquietação e crítica que percorre nossas veias como nosso sangue. Buscamos tal profissão, pois, acreditamos que com suas opiniões e críticas imparciais podemos ajudar nosso país a crescer em todos os aspectos.
    Sou jornalista profissional e comunicador com graduação em Administração de Empresas pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), graduação em Historia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), especialização em Historia do Brasil pelas Faculdades INTA, especialização em EaD pelas Faculdades INTA, Curso de Extensão em Direito a Cidadania pela Universidade de Caxias do Sul (UCS) e Curso de Extensão em Controle Social das Contas Publicas pela Fundação Demócrito Rocha.
    eleniltonroratto.blogspot.com

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  4. Colega,

    Para que sejam imparciais, vocês deveriam deixar de fazer broadcast de comentários de quem é contra a obrigatoriedade do diploma de Jornalismo, e colocar a opinião de quem é a favor. Segue a baixo algumas.
    SÃO PAULO -
    Coordenadores e professores de alguns dos principais cursos de Jornalismo de Sâo Paulo comentaram o fim da exigência do diploma para o exercício da profissão, aprovado por 8 votos a 1 pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira. Dados do Censo da Educação Superior de 2007 apontam que 546 cursos de jornalismo estão em funcionamento no país, com mais de 113 mil vagas.



    “Está havendo uma discussão muito emocional sobre a questão. Acho que ninguém é contra o curso ou o diploma. O que fica meio no ar é qual será o critério agora para conseguir o registro. Concordo que a obrigatoriedade do diploma não é necessária, mas a formação sim. É preciso haver um critério”, afirma o coordenador do curso de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero, Marcos Cripa.



    Segundo ele, a faculdade começou a discutir a criação de uma pós-graduação em Jornalismo, mas o futuro dos bons cursos de graduação não está ameaçado. “Nós estamos dando formação, mas muitas escolas dão o diploma e seus alunos não saem preparados. Esses cursos que não oferecem formação adequada vão sofrer um impacto”.



    O coordenador do curso de Jornalismo da PUC-SP, Marcos Crispa, define a decisão do STF como um “desastre”. Segundo ele, foi um retrocesso no tempo. “A não obrigatoriedade do diploma será ruim para a qualidade da informação. O mercado se tornará uma terra sem lei, principalmente nos grandes centros, onde a influência política e econômica das grandes empresas é muito grande.”



    Crispa também criticou a afirmação feita ontem pelo ministro do STF Gilmar Mendes sobre a criação de um "modelo de desregulamentação" das profissões que não exigem aporte científico e treinamento específico. “Um erro médico pode matar uma pessoa, mas um ataque mentiroso cometido por um jornalista em uma notícia pode afetar a vida de uma família para sempre, matá-la publicamente. Se com a exigência do diploma já existe uma série de erros, imagine agora.”



    O coordenador concorda que a discussão deveria ser levada ao Congresso, como sugeriu anteontem o ministro das Comunicações, Hélio Costa, mas ressalta a importância da participação da sociedade. “No fundo, não temos no Brasil a concepção de que o jornalismo é um compromisso social. A discussão não pode ser feita em guetos. É preciso convocar a sociedade, que é a principal destinatária da informação”.



    Para o chefe do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, José Luiz Proença, o fim da obrigatoriedade do diploma não significa um enfraquecimento dos cursos de Jornalismo. “Numa perspectiva otimista, eles devem até melhorar. Nesses quarenta anos de exigência do diploma, as escolas de comunicação tiveram uma influência positiva na formação do jornalista brasileiro. Crescemos em termos de pesquisa na área. A queda da obrigatoriedade é uma forma de cobrar qualidade dos cursos”, diz.



    Proença considera que a prática da profissão exige uma formação superior, mesmo que o diploma não seja obrigatório. “Não basta escrever bem. Quando você entra na rotina de uma redação, não para muito para pensar, e a faculdade vai continuar a ter esse papel, que dá o diferencial para o jornalista.”
    Fonte ( www.estado.com.br)Acessado em 01/07/2009

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